Processo Criativo: o que é e como desenvolver
Compartilhe
Quando pensamos em processo criativo, o que geralmente vem à mente é uma série completamente subjetiva e nebulosa de passos rebeldes compreendidos exclusivamente por grandes talentos, como pintores, músicos e designers.
Como uma espécie de código secreto ao qual só os maiores e mais renomados artistas do mundo têm acesso, esse processo parece aos leigos algo como um dom, um talento genuíno e místico capaz de dar vida a essas ideias geniais.
Embora seja uma maneira romântica de pensar sobre isso, a noção de que o processo criativo é concedido apenas aos criativos natos não é verdadeira. A realidade é que todos — inclusive você — são criativos. É realmente apenas uma questão de entender os estágios do modelo do processo criativo e aproveitá-los.
De modo geral, o processo criativo é a evolução de uma ideia, até que alcance sua forma final. Seja para dar vida a uma obra literária, uma estratégia de design, um projeto de engenharia ou um texto para blog, esse processo se dá através de uma progressão de pensamentos e ações, que envolve muito do pensamento crítico e habilidades de resolução de problemas.
De compositores a produtores de televisão, pessoas criativas geralmente passam por cinco etapas para concretizar suas ideias – preparação, incubação, iluminação, avaliação e verificação. E seja qual for a sua área de atuação, com certeza a criatividade faz parte da sua rotina, seja para organizar processos de forma inovadora, pensar de formas diferentes e mais funcionais ou criar novas possibilidades para o mercado.
Esses estágios foram articulados pela primeira vez por Graham Wallas, um psicólogo social e cofundador da London School of Economics, que delineou os estágios primários do processo criativo em seu livro de 1926, o The Art of Thought.
No livro, Graham explica que o processo criativo é a maneira como as ideias, a arte ou o pensamento criativo surgem. E que, ao contrário da crença popular, esse processo criativo tem uma estrutura clara.
Todo o processo começa com a inspiração e, finalmente, culmina com o produto final. Embora as etapas intermediárias do processo criativo possam mudar de acordo com a pessoa, já que todos nós temos nossa própria abordagem para processar a criatividade, também existe uma estrutura orientadora útil para quem deseja otimizar seu processo criativo e alcançar grandes feitos.
Antes de embarcar no modelo de processo criativo, é preciso que a pessoa identifique o que satisfaz o seu espírito e o que o desanima, entrando em contato com os cantos mais profundos da sua imaginação. Essa prática ajuda a encorajar o descarte de ideias que não funcionam, aproximando o indivíduo de si mesmo e abrindo espaço para que ele crie algo de que se orgulhe.
Em seguida, é hora de passar pelos cinco estágios do processo criativo. Confira cada um deles e aprenda a utilizá-los de maneira funcional em sua vida.
Cinco estágios do processo criativo
1. Preparação e inspiração
O processo criativo começa com a preparação, ou seja, reunir informações e materiais, identificar fontes de inspiração e adquirir conhecimento sobre o projeto ou problema em questão.
Essa etapa é, geralmente, um processo interno e externo. No primeiro, você pensa profundamente para gerar e se envolver com ideias, enquanto no segundo você sai ao mundo para reunir os dados, recursos, materiais e conhecimentos necessários.
2. Incubação
Com as ideias e informações coletadas no primeiro estágio, é hora de marinar tudo o que você reuniu em sua mente. À medida que as ideias fervilham lentamente, o trabalho se aprofunda e novas conexões surgem, fator que te ajuda a tirar o foco do problema central e permitir que a mente descanse.
Enquanto a mente consciente vagueia, o inconsciente se envolve em pegar ideias e influências diversas para encontrar novas maneiras de reuni-las.
3. Iluminação
Em seguida vem o momento “aha” indescritível. Após um período de incubação, os insights surgem das camadas mais profundas da mente e chegam à percepção consciente, muitas vezes de forma dramática. É o repentino “Eureka!” que vem quando você está no chuveiro, dando um passeio ou ocupado com algo completamente não relacionado. Aparentemente do nada, a solução se apresenta.
4. Análise
Nesta fase, você considera a validade de sua ideia e a compara com as alternativas existentes ou não. É um momento de reflexão que lhe permite analisar seu conceito ou problema inicial para ver se sua solução está alinhada com sua visão do processo.
5. Verificação
Depois do terceiro estágio, é hora de colocar a mão na massa e criar o projeto. Aqui palavras são escritas, tinta ou argila criam vida e o plano de negócios é desenvolvido.
Quaisquer ideias e insights que surgiram no estágio anterior são concretizadas e desenvolvidas. Para isso, o indivíduo usa o pensamento crítico e as habilidades de julgamento estético para aprimorar e refinar o trabalho e, em seguida, comunicar seu valor a outras pessoas.
Claro que esses estágios nem sempre acontecem de maneira tão ordenada e linear. O processo criativo tende a parecer mais um zigue-zague ou espiral do que uma linha reta. O modelo certamente tem suas limitações, mas pode oferecer uma espécie de roteiro para a nossa própria jornada criativa, oferecendo uma direção, se não um destino.
Agora que você entende melhor os cinco estágios do processo criativo, se jogue nas suas produções.